A tarde já tinha começado fantásticamente (prá mim), após a conquista de Hamilton. Até que tentaram ajudar o bambi durante o campeonato, tirando uma vitória do inglês, mas não adiantou. Hamilton é o campeão. Ô coisa boa! Mas logo a seguir, ia ter algo que me importava muito mais: Verdão em campo. Ai meu Deus! Lá na Vila, sem o Marcão, que passa por momentos tão difíceis (que Deus o ajude nessa hora)… eu estava meio preocupada. Não que eu não acredite no Palmeiras. Mas prá gente, as arbitragens são complicadas. O que não pode para outros times, para o Palmeiras parece ser regra. Mão, contra o Verdão, os adversários podem usar à vontade. O que será que ia acontecer lá na Vila Belmiro?
O polivalente Martinez, dessa vez ia de quarto-zagueiro, uma novidade do Luxa; Bruno, que é excelente goleiro, ia entrar numa fogueira: substituir São Marcos, num clássico, logo após uma derrota perturbadora para o Flu. Eu preferia que o Léo entrasse jogando, já que Evandro não tem conseguido fazer boas partidas. Mesmo assim eu ainda acredito no potencial do garoto. A torcedora dentro de mim estava cheia de interrogações… Será que a zaga vai dar certo, dessa forma?… Será que o Bruno não vai sentir a pressão?… Será que os atacantes vão marcar gols?… Será que o Luxa vai acertar nas substituições?… Perguntas e mais perguntas, cálculos e mais cálculos… Eu, otimista que sou, apesar de estar uma pilha, achava que a vitória do Verdão seria conseguida facilmente. Mais tarde eu veria que estava redondamente enganada…
A partida começou fervendo. No minuto inicial, numa boa jogada do Verdão, Evandro lança Kléber que entra livre e toca na saída do goleiro santista. Quase morro de alegria! Eu, aflita com o que ia acontecer na partida e o meu Verdão já balançava as redes do Peixe, logo de cara. Uffa! Mas depois do susto, o Santos veio prá cima, querendo o empate. Percebi que a minha interrogação, sobre o nosso goleiro, logo ia ter resposta. Já a partir dos dez minutos de jogo, Bruno mostrou que é mesmo forjado na Fantástica Fábrica de Goleiros de Palestra Itrália. Fez duas grandes defesas em arremates de Molina e Kléber Pereira. Os comentaristas já “cresceram o olho” prá cima do nosso jovem goleiro. Luxa, esperto que é, já acertou o posicionamento da nossa defesa, fixando Pierre (como joga o nosso Gigante) mais próximo de Gustavo e Martinez - que joga tanto e tão bem, que não sei porque a diretoria verde aindanão renovou o seu contrato. Abram os olhos aí, hein?
Depois do acerto que Luxa fez na defesa, as coisas se equilibraram e o Palmeiras começou a vir nos contra ataques. Mas errávamos muitos passes. Que aflição! Um pouco antes do final da primeira etapa, o Santos se lembrou que estava jogando na sua casa e veio prá cima outra vez. aos 41′, Cuevas meteu de cabeça e Bruno operou um verdadeiro milagre. Ah, garoto! Minhas perguntas estavam todas sendo respondidas, Kleber marcou seu gol; Bruno defendia o goldo Verdão como gente grande; a zaga estava uma beleza. Mas a nossa vida não é fácil. Tudo tem que ser conquistado, nada vem de “mão-beijada”. Minuto inicial do segundo tempo, Molina cobra escanteio para o Santos e Kléber Pereira, à frente de Bruno, sobe com o braço tentando alcançar a bola, Não tocou, é verdade, mas teve a intenção. A bola acabou entrando com o soco de Bruno. Seneme anulou o gol mas, após consultar o bandeira, mudou de idéia e validou. De quebra, ainda expulsou o Luxa, que entrou em campo para tirar os nossos jogadores da confusão que se formou. Não falo que contra o Palmeiras é festa? Podem usar as mãos à vontade. A juizada deixa.
Tínhamos que buscar essa vitória de qualquer jeito. Errando passes,ou não. Fazendo belas jogadas, ou não. O que importa agora são os três pontos. Cruzeiro levando um chocolate do Goiás, o Palmeiras tinha que vencer. O time corria muito, buscava, lutava, mas nada de gol. Luxa sacou Jumar e Evandro, para colocar Denilson e Léo Lima. Eu já nem conseguia assistir direito à partida. Que nervoso. A razão me dizia que ia acabar assim, empatado. Mas o coração me dizia que não. Alguma coisa teria que acontecer. Me lembrava de Hamilton a todo instante. Na última curva… Ele também deveria ter pensado que estava tudo perdido. Na última curva… Ele desejou que algo acontecesse… A tristeza e a esperança brigavam dentro de mim. Meu Deus, será que vai acabar assim? Estaremos mais longe da briga pelo título? Rezei, pedi, torci… 45′ do segundo tempo, agora vai do jeito que der. Seja lá o que Deus quiser… Palmeiras no ataque, Leandro cruza pela esquerda e lá no segundo pau aparece Léo Lima, predestinado, decisivo… que golaço!! Pulei do sofá como se pudesse voar. Minha cabeça girando, o choro de alívio, de agradecimento. ESSE É O MEU PALMEIRAS!! NÃO DESISTE NUNCA!! Não sei não, se assim como na semi do Paulistão, esse gol do Léo não é o carimbo final para o título do Brasileiro. Como ele mesmo disse: “É o gol do título”. Valeu, Léo!!! E um canto ecoava na Vila: Chiqueirooo! Chiqueirooo! Chiqueirooo! Festa no chiqueirooo!
FORÇA, MARCOS! ESTAMOS COM VOCÊ!
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